quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Chocante: o relatório do PNUMA sobre o vazamento de petróleo na Nigéria

O relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (4/08), com a avaliação dos impactos ao meio ambiente e ameaças à saúde humana por contaminação na região Ogoni no delta do rio Niger traz fatos chocantes.

O relatório mostra que a poluição resultante de mais de 50 anos de operações de exploração de petróleo aconteceu de forma extensa e profunda na região:

23.000 pessoas participaram nas reuniões das comunidades locais.

5.000 registros médicos foram analisados

4.000 amostras de água e solo foram examinadas

200 locais foram examinados

69 áreas avaliadas - de 1.300 km a 79 hectares

14 meses para realizar o trabalho

Principais constatações:

  • A contaminação atingiu o subsolo e medidas para proteger a saúde humana e reduzir os riscos devem acontecer sem demora.
  • Dez comunidades onde água está contaminada correm riscos sérios de saúde.
  • Na comunidade de Nisisioken Ogale, famílias estão bebendo água dos poços contaminada por benzeno (cancerígeno) e a situação requer intervenção urgente.
  • O PNUMA encontrou uma camada de 8cm de óleo refinado flutuando na água que serve os poços. O fato está ligado ao vazamento que ocorreu há mais de 6 anos.
  • A recuperação sustentável da região Ogoni pode levar entre 25 e 30 anos e requer a ação colaborativa entre o governo, a comunidade Ogoni e a indústria de petróleo.

Segundo o jornal britânico The Guardian, “houve até agora um acordo tácito de silêncio e falta de ação entre os governos ligados às companhias de petróleo”, mas o relatório encomendado ao PNUMA pela República Federal da Nigéria tem o potencial de mudar a situação ao fazer estas chocantes revelações.

O governo nigeriano ganhou legitimidade para exigir reparação das companhias e acionistas da Shell, ExxonMobil e Chevron tem evidência palpável das práticas desumanas das suas empresas para sair da inércia.

Projeto PlanetAtivo - Ação e Educação pelo Meio Ambiente acredita num futuro de energia limpa e renovável. Os combustíveis fósseis devem permanecer enterrados subsolo.

Fonte: Unep, The Guardian.










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